A noite desta quarta-feira (30) entrou para a história de Feira de Santana como uma das aberturas de micareta mais simbólicas e potentes já realizadas. Em um novo formato, mais voltado à contemplação da arte do que à tradicional folia de trio, o público presente pôde experienciar um espetáculo que celebrou a diversidade da música baiana, da raiz ao contemporâneo, com um clima de paz, respeito e conexão multigeracional.
O ponto alto da noite foi, sem dúvidas, o tão aguardado show de BaianaSystem. Após anos de expectativa dos foliões feirenses, o grupo enfim subiu ao palco da Micareta, num formato diferente do imaginado não em cima do icônico Navio Pirata no circuito tradicional, mas em um palco fixo, onde entregaram um show visual e sonoro que fez o chão tremer e a consciência vibrar.
A banda convidou ao palco dois ícones: o artista feirense Dionorina, símbolo da resistência cultural da cidade, e Lazzo Matumbi, lenda viva da música afro-baiana. Foi um encontro de gerações, de causas e de ritmos.
Antes, Rachel Reis, em ascensão meteórica na nova MPB, emocionou o público com um show solo repleto de identidade, culminando em uma participação marcante de Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, que reforçou a conexão artística e afetiva entre os dois.
Quem também subiu ao palco em apresentação solo foi o tradicional Grupo Quixabeira da Matinha, referência do samba de roda do recôncavo baiano e patrimônio vivo da cultura feirense. Em uma performance que misturou dança, batuque, memória e identidade, o grupo mostrou que a ancestralidade é a base firme sobre a qual toda inovação se ergue.
O que se viu na Praça da Matriz foi mais que um show: foi um manifesto. Zero brigas, zero confusão, apenas respeito mútuo, sensibilidade coletiva e uma entrega rara de artistas e público. Feira de Santana não apenas abriu sua Micareta ela abriu espaço para um novo jeito de viver a festa: com arte, consciência e amor ao que se é.
Fonte: Redação - Portal Bahia Bahia