Sindicato ligado a Frei Chico, irmão de Lula, investigado pelo esquema do INSS, teve salto de R$ 100 milhões em faturamento em três anos

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), que tem Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como vice-presidente, registrou um aumento de R$ 100 milhões em faturamento entre 2021 e 2023, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). A entidade é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por suspeita de descontos indevidos em benefícios do INSS, mas nega qualquer irregularidade.

O sindicato afirma que as filiações são voluntárias e que comprova a adesão com documentos, reconhecimento facial e gravações de áudio. No entanto, advogados de aposentados alegam que muitos foram induzidos a se associar ao buscarem crédito consignado em uma cooperativa financeira que funciona dentro da sede do Sindicato. O TCU identificou que 482,8 mil filiações em 2023 tiveram datas próximas à contratação de empréstimos, mas não recomendou medidas contra a prática.

O caso também envolve tensões políticas: o Sindnapi é presidido por Milton Cavalo (PDT), aliado do ministro Carlos Lupi, e enfrenta disputa com o deputado Paulinho da Força (Solidariedade), que fundou a entidade. Paulinho acusou o sindicato de promover o "maior roubo ao trabalhador da história" e criticou a falta de ação do governo Lula. Já Frei Chico, que assumiu a vice-presidência em 2024, não foi alvo das buscas da PF, e o sindicato garante que apoia as investigações.