Pedro Martins afirma que demissão de treinador é "fracasso para todos" e ainda crava: "Não vamos entregar a chave do clube a ninguém" A busca do Santos por um novo técnico
Diretor executivo do Santos, Pedro Martins não quis falar sobre as negociações em andamento com o técnico argentino Jorge Sampaoli. Em uma entrevista coletiva de palavras fortes e discurso bastante incisivo com a realidade do clube, nesta terça-feira, ele disse que não irá entregar a chave do Peixe a ninguém.
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O ge apurou que Sampaoli está perto de ser o novo treinador do clube. Na última segunda-feira, houve uma reunião virtual entre a diretoria e o argentino, da qual Pedro não participou. Ainda haverá mais um encontro entre as partes antes do desfecho da negociação.
– O Santos não entregará a chave ao novo treinador. Ele precisa vir, aceitar uma construção em conjunto conosco. Vamos analisar e conversar quantas vezes forem necessárias e possíveis para tomar a melhor decisão. Importante entender que todas as decisões para consertar o Santos demandam uma dose de humildade. Tem muito clube no Brasil fazendo melhor. Investindo e sendo mais organizado – disse Pedro.
Questionado sobre Sampaoli e como apresentar um projeto realista ao argentino, Pedro preferiu ser mais genérico em sua resposta:
– Da mesma maneira que falo a vocês da imprensa, eu falo a colaboradores e possíveis técnicos. O cenário é de reconstrução. Seria injusto contar mentira, dizer que o cenário é perfeito. O Santos não vive a mil maravilhas. Fazer muito com pouco. Dá para montar times competitivos, montar um estilo de jogo que dê prazer e orgulho mesmo sabendo da dificuldade no mercado.
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Pedro Martins, CEO do Santos
Bruno Vaz / Santos FC
Saída de Caixinha
Pedro Martins foi o responsável pela contratação de Caixinha no Santos. Ele chegou ao clube no início do ano e imediatamente buscou o português para o comando técnico depois de uma negociação frustrada do ex-diretor Alexandre Gallo com Gustavo Quinteros, hoje no Grêmio.
– A saída do Caixinha é uma derrota para nós, um passo à trás sobre projeto para a instituição. Por isso vamos tomar o tempo necessário para escolher um novo comandante.
– Como eu disse, não é uma decisão fácil, nem que gostaríamos de tomar, mas achamos necessário para fazer o ajuste na competição. Adaptação de um novo treinador para atingir nossas metas, olhando o final da temporada. Por isso, optamos por tomar essa decisão – explicou.
Ainda de acordo com o CEO, Caixinha foi muito importante para mudar processos no CT Rei Pelé no dia a dia dos atletas. Segundo Pedro, ele quebrou "vícios".
– Caixinha foi importante na mudança da cultura de como trabalhamos na rotina do dia a dia. Ele foi importante na quebra de uma série de vícios. Foi muito importante para que o Santos começasse a se preparar para a Série A. Ele não ficou no Santos por resultado. Na minha avaliação, quando o critério é esse, apesar de enxergar evoluções, a derrota é de todos. Foi essa reflexão que fiz com os colaboradores do clube e com os jogadores.
– Uma demissão de treinador é uma derrota para a instituição. É muito bonito falar da vitória, compartilhar tudo que é feito de bom. Colocamos títulos como fruto de uma construção coletiva. E derrota também é. O fracasso é uma construção coletiva. Se queremos modificar essa cultura, que é tão ruim, de colocar a cabeça do treinador a prêmio na primeira sequência de insucessos, precisamos todos colocar a mão na consciência e entender o que fizemos de errado – completou.
O Santos volta a campo nesta quarta-feira, para enfrentar o Atlético-MG, às 21h30 (de Brasília), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, na Vila Belmiro. O interino César Sampaio estará no comando técnico da equipe.
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