Participei recentemente do Global Leadership Summit e confesso: voltei impactado. Não pelo glamour do evento, nem pela estrutura ou prestígio dos palestrantes mas pela profundidade de algumas verdades que, quando bem colocadas, atravessam a alma de quem está aberto a ouvir de verdade.
A gente ouve tanto sobre liderança, coragem, fé, legado, comunicação... mas será que ouvimos com ouvidos treinados pela humildade ou com o filtro da arrogância disfarçada de "já sei"?
Muita gente quer ensinar. Poucos ainda se permitem aprender. E é por isso que tanta gente trava. Porque o crescimento exige uma escolha: sentar no banco do aluno mesmo quando você já tem uma sala de aula para ensinar.
Craig Groeschel falou sobre obsessão por propósito. E não como um exagero, mas como princípio de grandeza. Disse:
"Você nunca vai atingir a excelência sendo moderadamente comprometido com algo."
Isso é um tapa de realidade. Porque a maioria quer grandes resultados com dedicação morna. Gente que quer colher sem plantar, quer visibilidade sem entrega, quer relevância sem sacrifício. Não dá.
Carey Lohrenz, ex-piloto de caça da Marinha americana, foi cirúrgica:
"Você não controla o que acontece, mas pode controlar como responde a tudo que acontece."
Ela falou sobre tomada de decisão sob pressão. Sobre manter o foco quando tudo à volta exige colapso. E a verdade é que muita gente quebra não pela pancada da vida, mas pela ausência de preparo emocional e mental.
Kindra Hall trouxe um ponto que me acompanha até agora:
"Se você não contar sua história, alguém vai contar por você e talvez não conte direito."
Em tempos de superficialidade e ruído, saber se comunicar com autenticidade virou diferencial competitivo. Não se trata de "vender imagem". Se trata de assumir a narrativa da sua vida. De ter coragem para se posicionar com verdade.
Erwin McManus me atingiu com precisão:
"Você pode falar certo e ainda assim comunicar errado."
Porque a comunicação vai além da forma. É frequência emocional. É sobre presença. É sobre intenção. Palavras certas, com energia errada, afastam em vez de aproximar.
E aqui vai a provocação:
Quantas vezes você repete verdades achando que já domina, mas evita revisitá-las com profundidade?
Quantas vezes se fecha para o novo, achando que sua versão atual já "sabe o suficiente"? Esse é o perigo de quem se apaixona pela própria experiência: começa a viver do passado, acreditando que ele o manterá relevante no futuro.
Ouvir essas vozes me lembrou de algo simples e poderoso: Ser líder não é sobre saber tudo, é sobre estar disposto a crescer sempre.
Aprender é uma escolha. E os pequenos os que se acham grandes demais não fazem essa escolha. Porque aprender exige humildade. Exige reconhecer que ainda há muito a lapidar, mesmo depois de anos de caminhada.
Os grandes de verdade? Esses sentam. Ouvem. Anotam. Refletem. Mudam. Evoluem.
Se você quer liderar com profundidade, influenciar com consistência, crescer com propósito comece por reconhecer o quanto ainda precisa aprender. E não espere o fracasso te forçar a sentar. Sente por sabedoria. Sente por visão.
No fim, não é a falta de conhecimento que te trava.
É o orgulho que te impede de buscá-lo.
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