Falar sobre autenticidade tem sido um chamado constante pra mim. E, quanto mais eu caminho nessa jornada de ser quem eu sou com verdade, com coragem, com inteireza, mais percebo o impacto disso nas conexões e relações de amizade e de negócios que construo.
Ao longo da vida, a gente cruza com muitas pessoas. Algumas vêm e vão como o vento. Deixam algo, talvez um ensinamento, um aprendizado pra vida, talvez uma lembrança, talvez só uma saudade, e seguem seu caminho. Outras chegam de mansinho e ficam. Sem barulho, sem cobrança, sem promessa
só ficam.
Amizades e conexões que valem muito. Porque são feitas de presença verdadeira, de olhares que escutam e silêncios que acolhem. Não dependem de mensagens diárias, nem de encontros constantes. Elas moram num lugar mais profundo: no respeito,
na confiança, na memória, mesmo que à distância, mas sempre com uma presença autêntica.
A presença autêntica tem um poder silencioso e sutil. Ela não precisa de palco, nem de aplauso. Mas transforma simples encontros em vínculos significativos. Porque quando a gente escolhe se mostrar de forma verdadeira sem máscaras nem estratégias para agradar, começamos a atrair pessoas que se conectam com a nossa essência, e não com a nossa aparência.
Segundo o filósofo Heidegger, presença autêntica é muito mais do que estar é estar por inteiro. É permitir que o outro nos encontre como realmente somos, e não como esperam que sejamos. É aí que nascem as amizades mais lindas: aquelas que não exigem performance, que acolhem os silêncios, que permanecem nos dias bons e, principalmente, nos dias em que a gente não está brilhando.
São aquelas que nos chamam para um café da tarde e passamos horas falando da vida e dos nossos sonhos. Que nos convidam para um vinho, onde podemos dividir segredos, desabafar dores e até chorar; com a cara inchada e o nariz vermelho. Que nos levam para uma viagem sem destino certo, só pela companhia, e descobrimos o quanto foi enriquecedor. Que nos arrastam para um curso e percebemos que o melhor aprendizado foi estarmos juntas. Que ligam no meio do dia e ficamos horas de conversa boa e falamos sobre tudo sem ver o tempo passar.
Amizades que não pedem versões editadas da gente. Elas celebram quem somos com nossas forças e nossas falhas. Crescem com o tempo, com o afeto, com a confiança que só nasce quando há verdade dos dois lados. Não importa há quanto tempo nos conhecemos, nem como nos conhecemos, o que é verdadeiro sempre permanece.
No mundo dos negócios, muita gente ainda acredita que conexão é sinônimo de troca de cartões, números de WhatsApp ou Instagram, e reuniões vazias. Mas, para mim, conexão verdadeira vai muito além disso. Tem intenção. Tem presença. Não se trata apenas de fechar parcerias ou aumentar sua rede de contatos. Trata-se de construir relações que façam sentido, que tenham propósito, que somem de forma genuína na trajetória de quem está ao nosso lado.
Negócio nenhum se sustenta por muito tempo em relações baseadas em interesse egoísta, aparência ou conveniência. O que permanece é aquilo que foi construído com confiança, coerência e entrega mútua. Por isso, quando eu penso em networking, eu penso em presença. Em estar inteira na conversa. Em oferecer antes de pedir. Em lembrar que pessoas vêm antes de propostas.
Porque são as conexões humanas que abrem portas, geram oportunidades e constroem pontes duradouras. Conexões de negócios que nascem da autenticidade não são rápidas, mas são sólidas. Não são interesseiras, mas são valiosas. E, muitas vezes, mudam o rumo de uma história inteira, de uma vida.
Autenticidade assusta quem não está pronto, mas encanta quem também decidiu ser real. E essas pessoas
ah, essas pessoas ficam. Ficam na nossa vida, no nosso coração, na nossa história. Que a gente nunca precise fingir pra caber. Que a nossa presença fale por nós. E que o que for verdadeiro, permaneça.
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July Lopes- Presença
Empreendedora, Mãe, Professora, Networker