Alta performance é uma escolha.

Alta performance não é dom.

Não é talento.

Não é sorte.

É escolha.

E eu sou a prova viva disso.

Papai do céu me deu talento. Me deu eloquência. Me deu carisma. Mas durante anos, isso não foi suficiente para me colocar no topo. Por quê? Porque talento sem disciplina é só charme. Porque dom sem entrega é só vaidade.

Enquanto eu não escolhi pagar o preço, eu não fui uma pessoa de alta performance. Eu ficava ali, na meiuca. Entregava o que precisava, mas nunca estive entre os melhores. Por quê? Porque eu não fazia o necessário com a intensidade que eu podia.

Então entenda isso de uma vez por todas: ninguém nasce de alta performance. Isso é mito. Alta performance é uma construção. É o resultado de uma série de escolhas diárias. Escolhas duras. Escolhas conscientes. Escolhas que poucos estão dispostos a fazer.

Você não precisa ser o mais inteligente, nem o mais talentoso. Você precisa estar disposto a estudar quando ninguém mais está. Trabalhar quando os outros descansam. Dizer "não" para festas, folgas, distrações. Isso não tem a ver com dom. Tem a ver com decisão.

Se você ainda não chegou lá, não terceirize. Não diga que "não tem o dom". Não bote a culpa nos pais, no governo, na sorte. Você está onde está porque a pessoa que você é hoje só tem competência para chegar até aí. E isso não é julgamento. É diagnóstico. É clareza.

Faça um exercício agora:

1. Quem sou eu?

2. Onde estou?

3. Quem eu gostaria de ser?

4. Onde eu gostaria de estar?

Se suas respostas da primeira parte não combinam com a segunda, você tem um problema de identidade. Você está sonhando com um destino que a sua versão atual não tem capacidade de alcançar.

Quer mudar o jogo? Então evolua entre quem você é e quem você precisa se tornar. E para isso, meu amigo, você vai ter que escolher a dor.

Sim, escolher a dor. O superpoder mais negligenciado da humanidade. Quem tem coragem de escolher a dor de agora, escapa da dor futura — aquela que vem sem pedir licença, maior, mais cruel, mais devastadora.

Enquanto você escolhe o prazer imediato, você vai acumulando gravetos numa represa emocional. E quando a dor que você evitou vir com força, ela vai varrer tudo: sua energia, suas oportunidades, suas relações. Porque você não lutou quando era possível lutar. E talvez, quando ela vier, já não existam mais as pessoas, os ambientes e a força que você tinha antes.

Então escolha. Escolha o sacrifício. Escolha o confronto. Escolha o incômodo. Escolha pagar o preço enquanto você ainda tem força para isso.

Se desafie todos os dias. Crie metas diárias. Microdesafios. Treine o seu cérebro a fazer o que ele naturalmente não faria. Treine sua mente a não fugir do que precisa ser feito.

Quer saber se você está nesse caminho? Olhe para alguém de alta performance. Compare o comportamento, a mentalidade, a atitude... e seja honesto: vocês se parecem? Se não, mude.

Lembre-se: quem se desafia não precisa de motivação externa. Quem se desafia cria o próprio jogo, cria o próprio impulso. A motivação deixa de ser um evento e passa a ser um estado permanente de quem decidiu crescer.

Essa mentalidade é o que diferencia quem evolui de quem se acomoda. Porque mente parada não é mente neutra. É mente morrendo. Assim como o carro esquecido na garagem: parado, mas se deteriorando.

Alta performance é você sair da comemoração e já pensar no próximo passo. É você curtir 10 segundos a conquista e depois perguntar: "Qual é o próximo nível?" Foi essa a mentalidade que levou o vôlei brasileiro ao topo. E é essa a mentalidade que vai levar você ao seu próximo estágio.

Então pare de apenas dizer que quer.

Faça o que precisa ser feito.

Porque o futuro que você deseja não será construído com a versão que você é hoje.

Será conquistado pela versão que você ainda precisa se tornar.

Alta performance não é sorte.

É escolha.

Todo santo dia.

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